segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A PRACINHA DA MINHA CIDADE

Na pracinha da minha cidade todos passeiam por lá,

O garoto com a caixinha de engraxar sapatos, olhando os pés de todo mundo.

O vendedor de bombons torcendo por um romance para oferecer ao namorado e este ofertar à namorada.

As banquinhas de churrasquinho com uma ou duas mesas de ferro, adornada por cadeiras que atolam suas pernas no asfalto recente, formando orifício e enfeando a rua.

Na pracinha da cidade, a qual dá para a bela e imponente rodoviária, com sua escadaria que serve de pula-pula para as crianças, correndo o risco de escorregar, cair e se machucar.

Daqui de onde estou vejo quase tudo perfeito, só não dá para definir os casais de namorados, que se entrelaçam discordando da lei da física “dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço”.

Como são as pessoas! As que passeiam, as que compram lanches, as que bebem e as que querem beber...

O casal passa segurando as mãos da criança que aponta o pipoqueiro ou máquina de sorvetes.

Aqui ninguém tem pressa, e nem pode, carros, motos, bicicleta, todos que passam olham como procurando por alguém.

Daqui de onde estou não vale ter preconceitos, todos são iguais, não interessa a rodinha de jovens que gesticulam de forma exagerada.

Por onde anda aquele que devia ver adolescentes portando maços de cigarros entre os pequenos seios que acabaram de surgir, à espera de um novo programa?

Na pracinha da minha cidade tem de tudo, tem o comércio do táxi, o turista que acabara de chegar, os cavalos que abandonaram suas carretas, assim é mais fácil de namorar e manobrar nas ruas estreitas e habitadas.

As visões são privilegiadas, quando vou para observar as mulheres, que desfilam como em passarelas, com roupas leves e cabelos ainda molhados exalando perfumes de xampus.

Os homens. Ah! Nem olho, tem coisa que tem seu valor, mas os meus olhos não querem ver.

As crianças, como são belas! Lindas! Ganho meu tempo observando seus comportamentos, correm para lá e pra cá, com a certeza de serem felizes.

Do momento que comecei a observar as pessoas até agora, a viatura da polícia já passou quatro vezes prenunciando que está atenta. Isso é bom.

Quando vou à pracinha da minha cidade, vou à vontade como à maioria: chinela de dedo, bermuda, camiseta e a certeza que vou aprender muito e observar ainda mais as pessoas, são elas que fazem da pracinha da minha cidade igual e diferente de todas as outras que conheço.

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